Dias: 15 e 16 de Julho de 2006 A descida do Bestan�a � a iniciativa por todos mais aguardada em cada ano que passa. A ADVB aproveita o ensejo para junto dos muitos participantes divulgar ac��es desenvolvidas e a desenvolver, recomendar s�tios com interesse hist�rico, arqueol�gico, etnogr�fico e religioso no Vale do Bestan�a e proceder a actividades de sensibiliza��o ambiental. Fotografias da edi��o de 2006. Impress�es de uma inesquec�vel caminhada, por Jorge VenturaSob um sol j� inclemente, concentraram-se em Valverde, no largo atulhado de terra proveniente da estrada rompida at� ao Urgal e ainda n�o finalizada, cerca de 140 caminheiros ansiosos de conhecerem ou reviverem o Bestan�a. Ap�s a troca de cumprimentos seguiu-se um briefing chamando a aten��o para os cuidados a ter e normas a observar ao longo do percurso. Desceu-se por uma vereda �ngreme que parte do largo e nos conduziu � ponte de Covelas. Pass�mos soutos seculares ao mesmo tempo que pis�vamos uma manta morta composta de folhas caducas de carvalhos, amieiros e castanheiros. A ponte surgiu na sua beleza enigm�tica ap�s 10m de descida em fila indiana. A caminhada iniciou-se ent�o para montante pelo leito do Bestan�a que se apresentava turvo em tom acinzentado em virtude de uma forte chuvada que se abateu no vale do Barrondes e que arrastou vertente abaixo saibro de caminhos agr�colas recentemente rasgados bem como, e isso sim � preocupante, cinza acumulada de inc�ndios recentemente ocorridos.
align="left"No Po�o das Dornas o grupo fez uma primeira paragem para um alongado banho. A vegeta��o aqui � exuberante com os ramos dos amieiros, dos carvalhos e salgueiros a propender sobre o leito do rio deixando apenas passar alguns raios de sol o que provoca zonas de contraste fant�sticas. Abundam fetos e trepadeiras vi�osas nos recantos h�midos. Um velho moinho est� j� quase coberto de musgo num sinal inequ�voco do lento vagar do abandono. Cheg�mos ao Prado pelas 13H30. Tempo para almo�o e para montar algumas tendas. � tarde, empreendeu-se uma caminhada pela margem direita do Bestan�a at� � ponte do Gaio cuja ru�na parece iminente face ao estado avan�ado de putrefac��o das madeiras. O a�ude que existia nas imedia��es da ponte foi arrastado numa enxurrada e a levada que conduzia a �gua para o moinho est�, bem como este, desactivada. Ap�s o banho rum�mos para jusante sempre pelas pedras roli�as e h�midas do rio a chapinhar na �gua t�pida. A noite c�lida foi caindo enquanto no campo do Prado se montavam tendas, e se preparava a recep��o ao anho assado com batata e arroz de forno. Estava uma del�cia. Parab�ns ao Sr. Adriano Macedo e � Sr� Alexandrina em cujos fornos a lenha foi feito o assado. � noite houve anima��o com harm�nica, guitarra e vozes mel�fluas que entoaram, entre outros �xitos, o N�di. Eram 6H30 de domingo e j� havia gente a tomar banho no Bestan�a. O dia anunciava-se abrasivo, o que de facto aconteceu. Ap�s o pequeno-almo�o, bem recheado, subiu-se a Ch�, inicialmente por um carreiro estreito entre carvalhos frondosos e depois pelo lajedo do caminho que liga a povoa��o �s veigas de Ch� que marginam com o Bestan�a.
Antes da aldeia uns castanheiros seculares chamaram a nossa aten��o. S�o maravilhosos e a merecerem classifica��o como �rvores de interesse p�blico. Na aldeia onde ter� habitado Geraldo Geraldes, o Sem Pavor, reina a solid�o de um casario sem gente. Apenas poucos idosos d�o vida a um aglomerado de casas sem grande interesse arquitect�nico donde se desfruta uma vista admir�vel para o tro�o superior do Bestan�a. Sa�mos da aldeia rumo a Sul e descemos para um ribeiro afluente por uma escadaria tortuosa e dif�cil. A atravessar este tribut�rio de Bestan�a uma velha ponte de madeira lutava como podia contra as trepadeiras e silvedo que a encobrem mantendo ainda alguma dignidade nas suas vigas seguras de carvalho e pavimento da mesma madeira, embora sem guardas laterais. At� que alcan��mos o Po�o de Ch� e as suas belas cascatas. Par�mos para almo�ar e tomar banho tendo-se aqui passado um bom bocado da tarde. A temperatura estava elevada e s� a �gua do rio refrescava os corpos.
Tamb�m aqui o a�ude foi arrastado nalguma enxurrada deixando a levada sem �gua e os moinhos seguidos, dois, que mo�am outrora com a �gua que passava de um para o outro, est�o agora arruinados. A tarde completou-se com a caminhada pelo leito do Bestan�a at� ao Prado onde nos aguardava um delicioso mel�o com presunto. As despedidas foram acontecendo com promessas de voltar para o ano. Resta-nos agradecer ao Sr. Franklim Resende a sua amabilidade na ced�ncia do tractor que muito �til se revelou � organiza��o. Cremos ter atingido os objectivos a que nos propusemos: divulgar o Bestan�a nas suas vertentes patrimoniais, paisag�sticas e ambientais numa iniciativa em que a amizade e congrega��o de interesses e ideias foi not�ria. A bem de Cinf�es e deste VALE MARAVILHOSO (como muito gosta de referir o Jos� Sampaio). Fotografias |