Associação para a Defesa do Vale do Bestança

Caminhada da Castanha e dos Centeeiros

27 de Outubro de 2007

Ver fotografias em baixo.

Ainda sob os auspícios do equinócio outonal, concentraram-se os muitos participantes em Vila de Muros para a Caminhada da Castanha.

O dia esteve fantástico, com o Sol a brilhar num céu azul matizado por uma ou outra nuvem passageira. A temperatura manteve-se tépida durante o dia inteiro. Iniciou-se a caminhada às 10H15. Percorremos a estrada municipal até Enxidrô. Nas proximidades da picota desta povoação subimos até às quedas de água do Côto, bastante estioladas. Continuámos a subir pela vertente acentuada entrando em terrenos do Sargaçal donde se alcança uma vista muito bonita sobre o Vale do Bestança.

Nas proximidades de Chão-da-Ponte atravessámos um campo de milho de modo a alcançarmos o caminho que nos levaria à aldeia abandonada e consumida pelo fogo da Portela da Mó. Foi tempo de descermos até Vila de Muros, onde parámos para uma ligeira refeição e retemperamento de forças. Seguimos depois para Valverde, passámos os soutos centenários donde a vista alcança o Douro, descemos à Fonte da Daixa e daqui para o Prado. O sol cálido convidou-nos a um repasto demorado. Alguns aproveitaram para descansar semicerrando os olhos enquanto outros conviviam em alegres e ruidosos grupos sob o olhar atento do espantalho que, entre outras coisas, guardava o campo da atrevida passarada.

O rumurejar do Bestança e a placidez do sol, aliados à quietude do local, levou-nos a permanecer no Prado por duas saudosas horas. A custo subimos para Chã, mas não entrámos na aldeia. Descemos pelo caminho ladeado por castanheiros que presenciaram a queda da Monarquia e a implantação da República em direcção às margens do Bestança. O Monte Faião, defronte, com o Sol pelas costas, parecia tristonho, tão sombria estava a enorme vertente.

Os participantes, ajoujados pelos sacos de castanhas e na ânsia de encontrarem os cogumelos, até ali só pura miragem, agradeceram a planura do caminho que os levou a atravessar o carvalhal das faldas de Chã de do monte da Arruínha até Covelas. Daqui até à ponte, foi um pulo. Parámos para a fotografia de grupo, que ficou maravilhosa. À noite, na sede, com a entreajuda que caracteriza os amigos e associados do vale do Bestança,fez-se um magusto tradicional assando-se as castanhas na caruma, comendo-se depois uma lauta refeição obra do Mestre Segadães, a quem prestamos homenagem.

Como os lugares escasseavam, tal a adesão dos comensais, houve que transportar uma mesa de um dos compartimentos da escola para a sala onde teve lugar o jantar.Mas era preciso descer a escadaria em cotovelo que vem do andar superior e a mesa era mais larga que as portas o que causou algum embaraço naqueles que a quiseram carregar, tal a quantidade de opiniões sobre como é que a malfadada mesa, que quase se desconjuntava, haveria de chegar a bom porto. Até que alguém se lembrou de a tirar pela janela. E foi um êxito. Depois de haver mesa não havia bancos para sentar os convivas. Mais um pequeno reboliço até que, com boa vontade, tudo se resolveu e alguns comeram de pé... Noite memorável de um passeio memorável.

P.S. Dos gambuzinos é que não houve memória.

Fotografias