Associação para a Defesa do Vale do Bestança

Caminhada (Passeio) no Buçaco

Percam-se na Mata do Buçaco…

20 de Setembro de 2008

A ADVB, propõe-vos um passeio num dos mais belos espaços verdes da Europa. Exemplares (alguns com 50 metros de altura) originários da Austrália, da Tasmânia, e de África, desenvolveram-se muito bem neste clima húmido e temperado, onde podem ser encontradas aproximadamente 50 espécies vegetais.

Ver as fotografias em baixo.

Teremos também a oportunidade de admirar o Sacromonte, que é constituído por uma Via-Sacra de 20 Passos, (infelizmente, em muito mau estado de conservação), e igualmente apreciar dez Portas, oito Ermidas, quatro Capelas, seis Fontes e duas Cruzes, etc.

Na periferia da Mata, próximo da Porta de Sula, encontra-se o Obelisco/ Monumento à Batalha do Buçaco, travada pela aliança Anglo-Portuguesa, comandada pelo Duque Wellington, contra as tropas Francesas comandadas por Messena, em 1810. Junto à Porta da Rainha, situa-se o Museu Militar, evocativo da Batalha do Buçaco, inaugurado pelo rei D. Manuel II, uma semana antes da sua partida para o exílio. Poder-se-á visitar o Museu no seu horário normal de funcionamento.

A Mata do Buçaco, que era uma Devesa da Mitra de Coimbra desde 1094, foi doada pelo Bispo-Conde D. João Manuel à Congregação dos Carmelitas Descalços em 11 de Maio de 1628, que nela viram o local ideal para a construção do seu Deserto. De imediato ( 7 de Agosto ) edificaram no meio da Mata um Convento, que terá sido concluído em Março de 1630. O passo seguinte foi murar a Mata na totalidade do seu perímetro, para um total isolamento espiritual.

Quando em 1834 as ordens religiosas foram extintas, o Mosteiro do Buçaco foi excepção até 1855, quando apenas restava um único frade, (Fr António de S. Tomás de Aquino).

Em Junho de 1856, a Mata do Buçaco, transita para a Administração Geral das Matas do Reino. O estado de abandono a que a Mata esteve sujeita, durante os 20 anos de “transição”, levou a que se fizessem replantações, com espécies provenientes do Jardim Botânico de Coimbra. Em 1887, foi ampliada de 90 para 105 hectares, por expropriação de terrenos particulares, com o argumento de utilidade pública.

Em 1868, o conselheiro Emídio Navarro à época ministro das obras públicas (1886-1889), terá tido a iniciativa da construção do Palácio do Buçaco, para veraneio da Família Real. (Curiosamente D. Carlos, não chegou a gozar o Palácio, e o seu sucessor, terá usufruído por uma única vez, num fim de semana passado com uma actriz de cinema francesa…). Com um projecto do Arquitecto Luigi Manini, as obras começaram em Novembro. Em 1891 foram suspensas, pela Direcção das Obras Públicas de Aveiro, e em 1894 foi reatada a construção ainda sobre a direcção de Ernesto Augusto de Lacerda, que era o administrador da Mata. O Palácio foi concluído nos finais do ano de 1906.

Este magnifico monumento, contém alguns vestígios da Renascença Cristã, mas é efectivamente de estilo neo – manuelino.

O Palácio tem anexas quatro construções: a Casa dos Brasões, a Casa das Pedrinhas ou dos Embrechados, a Casa dos Cedros, e a Casa dos Arcos ou Românica. A Casa dos Arcos foi construída em simultâneo com o Palácio, e é do mesmo arquitecto, e a última a ser concluída foi a Casa dos Brasões em 1910, que é da autoria do Arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior.

Etimologia

A Mata do Buçaco, foi inicialmente conhecida, por Mata de Alcoba, desconhecendo-se a data da mudança. A primeira vez que o nome aparece, (na grafia da época), é em 919, quando Gondolim doa a serra ao Mosteiro de Lorvão.

Não se sabe ao certo a origem do nome, havendo várias versões o aparecimento de Buçaco. Desde um velho que se embrenhava na Mata por longos dias, em busca de silêncio ( pois ali nem “CHUS nem BUS”) e que, quando regressava, espiritualmente revigorado e lhe perguntavam o que tinha ido fazer à Mata, ele respondia”SACO BUS (tenho silêncio). Invertendo a ordem dos termos, temos BUS SACO.

Outra versão é que um escravo negro chamado BOÇAL, fugido ao seu amo, terá vivido nuns rochedos (Gruta do Negro, atrás da Ermida do Sepulcro). Munido de um SACO, atacava nas povoações vizinhas, roubando e espalhando o terror. De Buçal-Saco passando por Buça-saco, ter-se-á chegado a BU-SACO, etc.

Na Hipótese mais verosímil, o nome Buçaco terá talvez derivado de “Bosque Sagrado“ ( Boscum-Sacrum). » Boscu-Sacru » Bos-Sacru » Bos-Sacu » Bossaco, etc.

Programa - Sábado (20 de Setembro)

  • 9h30 - Concentração junto ao Palace Hotel do Buçaco.
  • 9h45 – Início do passeio.
  • 18h00 – Final do passeio.

Nota - A ADVB, não se responsabiliza por qualquer acidente, que possa provocar danos físicos, morais ou psicológicos, nos participantes, ou em terceiros. Esta não é uma actividade organizada, nem com fins lucrativos.

Grau de dificuldade - Baixo ou Médio, (estão previstos vários percursos, de acordo com a preferência de cada um).

Como chegar ao Buçaco?

É fácil. Quem vier pela A1, sai na Mealhada, atravessa a Estrada N1, “toma” a N234 na direcção do Luso, e segue as várias indicações para o Buçaco. Quem se “apresentar” da zona de Viseu, aconselha-se que em S. Comba Dão apanhe a EN 234 , e até ao Buçaco serão aprox. 25 Km.

Fotografias