27 de Fevereiro de 2010
Veja as fotografias no final desta págna.
E chegou a vez de visitarmos a serra de Aboboreira, dotada de beleza natural e paisagística invulgares, por alguns, designada como o último bastião selvagem do distrito do Porto. Situada no contraforte da serra do Marão, é aqui que confluem os concelhos de Baião, Amarante e Marco de Canavezes. Tem uma altitude de cerca de 1000 m, o que proporciona um panorama impar em todas as vertentes.
Não é muito acidentada, estende-se por longos planaltos, o que permitiu o seu povoamento desde o Paleolítico inferior (30 000 a.C.), e apresenta inúmeros vestígios do Neolítico e da Idade do Bronze dos quais se destacam os dólmens de Chão de Parada e de Meninas do Castro.
Actualmente, ainda persistem algumas aldeias habitadas (pouco) das quais visitaremos, Aldeia Velha (Amarante), Aboboreira (Marco de Canavezes) e Almofrela (Baião).
A Senhora Drª Carla Stockler, arqueóloga da Câmara Municipal de Baião, amavelmente, disponibilizou-se para nos acompanhar durante parte do percurso e fazer a explicação dos monumentos megalíticos.
Para quem se desloca de Coimbra e Porto, entra na A4, sai na saída para o Marco de Canavezes e prossegue na via rápida até Baião.
Contactos para inscrição e informações:
A caminhada na serra da Aboboreira constituirá um marco nas caminhadas da ADVB, por várias razões. Antes do mais pela simpatia e hospitalidade dos organizadores ( Rufino, Jacinta, Fátima e Adelaide ) que foram inexcedíveis na preparação desta actividade e no cuidado que tiveram em nos receber do modo afável como o fizeram. O nosso muito obrigado.
Depois a caminhada foi um "must". Durante a manhã ninguém viu a paisagem tal era o vento e a chuva fustigante que obrigava a caminhar de olhos fixos no chão para evitar os açoites da chuva; depois fizemos a visita mais rápida que alguém já fez a um monumento megalítico: para aí uns 15 segundos, o tempo da arqueóloga drª Carla entrar na câmara funerária e quase ser de lá arrancada por uma lufada de vento quando tentou abrir o guarda-chuva; asexplicações que dava o vento levava-as lá para os lados de Amarante sem que ouvíssemos algo.
Fugimos para a casa de arrumações ao lado de uma capela, no monte. Abrigámo-nos no interior, protegidos por uma oração Dozoulé e uma bonita jaculatória exposta num quadro. Acomodámo-nos. Houvem quem tirasse as botas e fizesse jorrar a água que se havia infiltrado durante a caminhada. Calças molhadas, botas encharcadas, cabelos desalinhados, rostos transidos, havia de tudo, mas muita boa disposição também.
Houve quem lembrasse que melhor seria estar em casa, num sofá, a ler um bom livro, com os pés envoltos nuns carapins rosa, à lareira, no recesso do lar. Mas logo afastaram tão ímpios pensamnetos. Seria um crime não fazer caminhada com um tempo assim, difícil de encontrar pior! Almoçámos e ouvimos sábias explicações sobre a zona arqueológica da Aboboreira, agora que a drª Carla Stocker podia fazer-se ouvir.
A parte da tarde foi mais amena. Nao houve chuva ,mas o vento foi intenso. Ao descermos para Baião passámos por bonitas florestas de carvalhos e cursos de águas. Passeio muito agradável.
À noite, a refeição em Almofrela esteve óptima. Parabéns mais uma vez aos organizadores. E agora até à Madeira...